A Navalha de Occam e A Segurança da Informação.

A Teoria da Navalha de Occam, também conhecida como princípio da parcimônia ou princípio da economia, sugere que dentre várias explicações possíveis para um fenômeno, a mais simples e direta é geralmente a correta. Isso significa que ao analisar uma situação, devemos evitar explicações complicadas ou elementos que não sejam necessário para entender.

Um exemplo prático da Teoria da Navalha de Occam pode ser encontrado na medicina. Quando você é diagnosticado com algo realmente simples, como uma virose, o médico irá te receitar remédios para combater os efeitos que ele ouviu de você, além de pedir que observe os sintomas. Caso haja evolução, serão passados alguns exames.

É compreensível, pois ninguém quer chegar com estado febril ao médico e ele recomendar uma ressonância magnética completa. Inclusive, quem já teve a infelicidade de procurar no Google por qualquer sintomas que está passando, já entendeu a ideia, pois é algo que o Google não aplica nessas buscas é a teoria da Navalha de Occam.

O Pedro Loos fez um vídeo explicando essa teoria com um outros exemplo: https://www.youtube.com/shorts/bWm0oQ6yWSw

A Segurança da Informação e a Teoria da Navalha de Occam são dois conceitos que podem parecer distantes, mas compartilham uma importante semelhança: a busca pela simplicidade e eficiência na abordagem de problemas complexos.

Na Segurança da Informação, esse princípio é de grande importância. Quando estamos tratado da proteção de sistemas e dados, a simplicidade muitas vezes se traduz em maior eficácia.

Um exercício interessante para juntar esses dois conceitos, é elencar cenários possíveis para a aplicação da teoria:

  1. Políticas de Segurança Claras e Diretas: Ao desenvolver políticas de segurança da informação, é de extrema importância manter as diretrizes claras, concisas e diretamente relevantes para os riscos. Adicionar complexidade desnecessária pode levar à confusão e ao não cumprimento das políticas.
  2. Controle de Acesso Simplificado: Ao definir quem tem acesso a quais recursos, é melhor seguir uma abordagem simples e estrita. Nesse ponto, podemos adotar um outro princípio que é do “menor privilégio”. Conceder permissões apenas quando estritamente necessário, sem concessões excessivas, ajuda a reduzir o risco de acesso não autorizado.
  3. Desenvolvimento Seguro de Aplicações: Na codificação de aplicações, seguir boas práticas de segurança desde o início, é muitas vezes mais eficaz do que tentar corrigir falhas complexas posteriormente. O conceito de Shift-Left é fortemente recomendado nessa etapa.
  4. Gestão de Vulnerabilidades: Realizar o processo de identificar, avaliar, mitigar e monitorar as vulnerabilidades de segurança em um sistema, aplicação ou infraestrutura de TI de forma eficiente e eficaz.
  5. Gestão de Incidentes: Ao responder a incidentes de segurança, a simplicidade na condução da investigação e na implementação de medidas corretivas pode acelerar a resolução e minimizar danos.
  6. Educação e Conscientização: Ao treinar equipes sobre práticas de segurança, é extremamente eficaz se concentrar em conceitos fundamentais e situações práticas, ao em vez de sobrecarregar com informações excessivamente técnicas ou detalhadas.
  7. Gerenciamento de Riscos: Ao avaliar os riscos de segurança, é importante identificar as ameaças mais prováveis e os ativos mais críticos. Concentrar-se nesses pontos podem levar a uma gestão mais eficiente de recursos de segurança.

Não existe bala de prata na Segurança da Informação, porém aplicar a Teoria da Navalha de Occam à Segurança da Informação é buscar a simplicidade, a eficácia e a eficiência de processos bem definidos, evitando trazer complexidades desnecessárias que possam complicar a proteção dos ativos e dados críticos de uma organização.

Caso queira se aprofundar no assunto, recomendo o artigo da wikipedia: https://en.wikipedia.org/wiki/Occam%27s_razor

Ao som de Porcupine Tree – Open Car

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