O Docker Compose é uma ferramenta para executar aplicações multi-containers, conforme a documentação do site oficial do Docker (https://docs.docker.com/compose/overview/).

Imagine que você tem 4 Dockerfiles, um para cada aplicação que irá usar um container diferente. Você teria que “rodar” os 4 Dockerfiles para subir essas aplicações. Com o Docker Compose você define tudo isso em um único arquivo, o docker-compose.yml, ou seja, você cria e inicia todos os seus serviços com a configuração que você definiu para cada serviço com um único comando.

Para fazer a instalação do Docker Compose é necessário fazer o download no Github oficial do docker compose: https://github.com/docker/compose/releases . No momento dessa postagem, a versão mais atual é a v1.13.0

O comando para instalar/atualizar para essa versão é:

# curl -L https://github.com/docker/compose/releases/download/1.13.0/docker-compose-`uname -s`-`uname -m` > /usr/local/bin/docker-compose

# chmod +x /usr/local/bin/docker-compose

 

Depois de instalado, como exemplo, vamos fazer um docker-compose.yml que irá subir 2 containers: Um container com o MySQL 5.7 e o outro container com o WordPress mais atual disponível no Docker Hub. Vamos criar um arquivo .env com as variáveis utilizadas nas configurações desses dois serviços. Lembre-se de criar um diretório para esse dois arquivos.

Nome do arquivo: docker-compose.yml

 

version: ‘3’

services:
db:
image: mysql:5.7
volumes:
– db_data:/var/lib/mysql
restart: always
env_file:
– .env
wordpress:

    depends_on:
– db
image: wordpress:latest
ports:
– “8000:80”
restart: always
env_file:
– .env
volumes:
db_data:

 

Agora vamos criar o arquivo com as variáveis de ambiente dentro do arquivo .env

Nome do arquivo: .env

#Variáveis MYSQL
MYSQL_ROOT_PASSWORD=wordpress
MYSQL_DATABASE=wordpress
MYSQL_USER=wordpress
MYSQL_PASSWORD=wordpress

#Variáveis WORDPRESS
WORDPRESS_DB_HOST=db:3306
WORDPRESS_DB_PASSWORD=wordpress

 

Com os dois arquivos prontos, vamos executar o docker compose:

# docker-compose up -d

 

Esse comando executará o arquivo docker-compose, baixar as imagens base, subir dois containers, um com o wordpress e outro com mysql.

A imagem abaixo é um resumo do que foi feito até agora com o Docker Compose e verificando se as imagens e containers estão funcionando.

 


Agora vamos detalhar o que foi usado no Docker Compose acima.

  • VERSION: é onde definimos qual a versão do Docker Compose File que estamos usando. A versão mais atual é a versão 3;
  • SERVICES: é o nome do serviços que vamos criar. Serve para diferenciar quais containers estarão no docker-compose.yml;
  • IMAGE: Determina imagem será usada como base para a criação do container. Semelhante ao FROM do Dockerfile;
  • VOLUME: Faz a montagem dos volumes no container;
  • RESTART: Determina quando o container será reiniciado. No nosso caso, será sempre reiniciado independente do status da saída do container. Para ler sobre as outras opções, clique aqui para ler ir ao Docker Docs.
  • ENV_FILE: Informa que há um arquivo com as variáveis de ambiente que serão usadas nos serviços executados nos containers;
  • DEPENDS_ON: Informa a ordem de dependência dos containers. Por exemplo, o container do wordpress só será iniciado após a criação do container do banco de dados;
  • PORTS: Expõe as portas do host e do container, em ordem;

Outras opções para utilização no docker-compose.yml:

  • BUILD: São opções para aplicar no momento da compilação do compose. Também é possível definir um diretório e compilar os arquivos dentro desse diretório, incluindo Dockerfiles;
  • COMMAND: Semelhante ao CMD do Dockerfile, executa um comando dentro do container;
  • CONTAINER_NAME: Informa o nome do container;
  • DNS: Informa o endereço do servidor DNS;
  • DNS_SEARCH: Informa o Search Domain;
  • DOCKERFILE: Deve ser usado no BUILD para informar a utilização de um Dockerfile;
  • ENTRYPOINT: Informa qual o processo principal do container;
  • ENVIRONMENT: Adiciona variáveis de ambiente. Semelhante ao ENV_FILE, mas sem criar o arquivo .env;
  • EXPOSE: Expõe a porta do container;
  • EXTERNAL_LINKS: Cria links com containers criados fora do arquivo do Docker Compose;
  • EXTRA_HOSTS: Adiciona o mapeamento de hostnames dentro do arquivo /etc/hosts do container;
  • HEALTHCHECK: Define como será testado o estado do container. É preciso determinar o teste que será realizado, o período, o timeout da resposta do teste e o número de tentativas;
  • LABELS: Adiciona informações de metadados no container;
  • LINKS: Cria links com containers que estão dentro do Docker Compose;
  • LOGGING: Configura os logs para um serviço de logs;
  • NETWORK_MODE: Define qual o modo de rede o container irá usar;
  • SYSCTLS: Configura informações relacionadas no Kernel para o container;

Para uma relação completa de todos os argumentos e como utilizá-los, basta ir à página oficial da documentação do docker.

Espero que tenham gostado das postagens e em breve postarei mais informações sobre Docker.

Ao som de: Primus – Wynona’s Big Brown Beaver

Até agora explicamos como o Docker funciona, como instalar, criar um container e administrá-lo. Agora veremos como colocar todas as informações de uma imagem em um único arquivo chamado Dockerfile.

 

Vamos fazer uma imagem para subir um container com o Debian 8.7 e instalar o NGINX.
Primeiramente devemos criar, no host Docker, um diretório onde ficará esse Dockerfile.

cd ~

mkdir Docker && cd Docker && mkdir Nginx && cd Nginx


Após isso, vamos criar um arquivo chamado Dockerfile. Atentar para a grafia com a primeira letra maiúscula. 
Dentro desse arquivo, vamos colocar as seguintes informações:

 

FROM debian:8.7

MAINTAINER contato@161.35.238.43

RUN apt-get update && apt-get install -y nginx

EXPOSE 80

 

Ao colocar essa informação, salve e feche o arquivo. Feito isso, vamos agora executar o Dockerfile com o seguinte comando:

# docker build .

O Docker Build não trabalha com o caminho do arquivo, apenas com o seu diretório, então é necessário informar o caminho do diretório ou, no nosso caso, como estamos no diretório onde se localiza o Dockerfile, apenas um ponto para identificar que o Dockerfile está no diretório atual.

Caso todas as informações estejam corretas, sua imagem será criada e podemos atestar isso com o “docker images”.

 

 

A imagem está criada, mas sem o REPOSITORY e a TAG, pois não repassamos essa informação. Caso queira preencher os campos, basta usar o parâmetro “-t”.

# docker build -t brunoizidorio/nginx:1.0

Utilizamos a nomenclatura repositório/nome e tag. Agora vamos detalhar o nosso primeiro Dockerfile:

  • O Dockerfile funciona no formato: INSTRUÇÃO argumento.
  • O campo FROM é o nome da imagem que utilizamos, nesse caso o Debian 8.7.
  • MAINTAINER é a informação de quem criou o Dockerfile.
  • RUN são os comandos que queremos executar na imagem que escolhemos. Aqui informamos a instalação do Nginx. Lembre-se de sempre colocar o parâmetro para aceitar automaticamente a instalação, caso contrário o Dockerfile apresentará erro, pois estará esperando uma interação.
  • Como o Nginx funciona na porta 80, vamos expor essa porta do container usando o EXPOSE.

 

O primeiro argumento do Dockerfile deve ser sempre o FROM, seguido da imagem e versão que será utilizada. Caso não seja informada a versão, o Docker vai procurar a mais atual do seu repositório oficial. Abaixo, outros argumento utilizados no Dockerfile:

  • MAINTAINER: quem escreve o dockerfile;
    Ex: MAINTAINER contato@161.35.238.43
  • RUN: executa os comandos dentro do container;
    Ex: apt-get update && apt-get install -y nginx
  • ADD: adiciona arquivos, diretórios do host ou de uma url para dentro de um diretório do container, mas não funciona com arquivos compactados;
    Ex: ADD arquivo.txt /home/bruno/
  • CMD: informa os parâmetros que serão usados no ENTRYPOINT. Também pode ser utilizado para informar qual comando será executado após a criação do container, mas pode ser sobrescrito caso seja passada algum parâmetro de execução de algum comando na hora de executar o container;
    Ex: CMD [“nginx”, “-g”, “daemon off;”]
  • LABEL: coloca um metadado para o container;
    Ex: LABEL description=”Container do Nginx”
  • COPY: copia arquivos e diretórios do host para dentro de um diretório do container. Funciona com com arquivos compactados;
    Ex: COPY arquivo.txt /home/bruno/
  • ENTRYPOINT: informa qual será a aplicação principal do container, sendo executada após a inicialização do container. Diferente do CMD, não será sobrescrita. Caso a seja finalizada a execução do programa definido no ENTRYPOINT, o container será encerrado;
    Ex: ENTRYPOINT [“nginx”, “-D”, “FOREGROUND”]
  • ENV: cria uma variável de ambiente;
    Ex: meunome=”Bruno Izidório”
  • EXPOSE: expõe a porta informada do container;
    Ex: EXPOSE 80
  • USER: define qual será o usuário padrão para o container. Caso não seja definido, o padrão é o usuário root;
    Ex: USER bruno
  • WORKDIR: determina qual diretório será o padrão ao fazer o login;
    Ex: WORKDIR /home/bruno/downloads
  • VOLUME: permite a criação de um diretório no host onde fica armazenado os dados do container;
    Ex: VOLUME /home/docker/nginx:/usr/share/nginx/html

 

Ao som de The Neal Morse Band – So Far Gone

Esse post é uma continuação direta do anterior, onde foi criado um container baseado em um imagem. Nesse post vamos detalhar mais a utilização das imagens.
Caso não tenha lido, clique aqui: http://161.35.238.43/docker-instalando-o-docker/

 

Para ver as imagens contidas no Docker da sua máquina, basta digitar:

# docker images

 

Irá aparecer uma tela com 5 campos: REPOSITORY, TAG, IMAGE ID, CREATED e SIZE.

  • REPOSITORY é correspondente ao nome da imagem;
  • TAG é a versão da imagem criada;
  • IMAGE ID é o número de identificação que o Docker cria para a sua imagem. Mais a frente iremos ver outros comando onde poderemos informar tanto o nome quanto a ID da imagem;
  • CREATED é a data da criação da imagem;
  • SIZE é o tamanho total da imagem que foi criada.

 

Como dito anteriormente, foi realizado o download de uma imagem para a execução de uma aplicação, hello-world, dentro de um container. Já vimos a imagem, agora é hora de ver o container com o comando:

# docker ps

 

No nosso caso, não irá aparecer nenhum container, apenas os 7 campos de identificação dos containers: CONTAINER ID, IMAGE, COMMAND, CREATED, STATUS, PORTS e NAMES.

  • CONTAINER ID é o número de identificação do container, equivalente ao IMAGE ID do “docker images”;
  • IMAGE informa qual imagem foi utilizada para a criação do container;
  • COMMAND mostra qual é o comando que está em execução no container. Veremos mais informações a frente;
  • CREATED é a data de criação do container;
  • STATUS exibe o status atual do container;
  • PORTS informa as portas do host e do container que foram utilizadas. Também será tratado mais a frente;
  • NAMES informa o nome do container.

Você deve estar se perguntando por que não tem nenhum container se você executou o Hello World. Se ele é um container, ele era para aparecer quando digitou o comando docker ps ou não?


Para responder essa dúvida, vamos utilizar o parâmetro “-a” no comando anterior. Ficará assim:

# docker ps -a

 

Com a inserção do parâmetro “-a”, o docker exibe todos os containers, incluindo os que estão parados ou que já foram finalizados. Com este comando, o container “hello-world” irá aparecer. O que aconteceu é que o container “hello-world” foi criado e logo em seguida, finalizado. Nesse caso específico, esse container serve apenas como teste para ver se o docker está criando os containers normalmente. Então, o docker fez o download da imagem, criou o container, exibiu a tela da nossa primeira imagem e depois foi finalizado.

Para exemplo de como criar um container e deixá-lo funcionando, vamos criar um novo container com o conteúdo do Ubuntu 14.04.

O comando para criação é esse:

# docker run -ti ubuntu:14.04 /bin/bash

 

O docker run já havíamos visto anteriormente, mas há novos argumentos. O “-t” diz ao container que vamos precisar de um terminal. O “-i” que este container será interativo, ou seja, o STDIN ficará ativo. Também identificamos qual imagem e versão utilizamos com o argumento, o ubuntu:14.04. No último argumento estamos informando qual processo queremos que o container inicie, no caso, o Bash.

Assim que digitar o comando, o docker inicialmente vai procurar a imagem localmente, no nosso caso, Ubuntu 14.04. Como não vai encontrar, ele fará o download da imagem oficial no seu repositório (https://hub.docker.com/explore/) e irá criar o container baseado nessa imagem.

Ao terminar a criação do container, o docker já permite interação direta dentro do container. Para verificar a veracidade dessa informação, basta digitar um comando que identifique qual a versão instalada. No caso do Ubuntu 14.04 vamos exibir o arquivo issue.

 

# cat /etc/issue

 

Nesse ponto é importante que você se atente a infraestrutura que foi montada até agora. Caso você esteja executando seu Docker em uma máquina Debian 8, por exemplo, há um outro sistema operacional, o Ubuntu 14.04, funcionando dentro de um container.

Temos um Ubuntu 14.04 funcionando dentro de um container. Este container está sendo executado dentro do Debian 8 e os dois sistemas estão utilizando o mesmo Kernel, neste caso é Kernel do Debian 8 que é onde o Docker está instalado e gerenciando os containers.

Como estamos atualmente dentro do container do Ubuntu, digite “uname -r” e verá que o resultado vai ser o mesmo obtido anteriormente, no momento da verificação da versão do kernel do host.

Para sair do container sem finalizá-lo, segure a tecla Ctrl e digite na ordem a letra P e depois a Q, só aí você pode soltar o Ctrl. Há uma segunda maneira de sair do container, porém essa finaliza o bash, assim, finalizando o container também. O segundo comando é o Ctrl+D. Isso acontece, pois quando informamos o bash na hora da criação da imagem, estamos passando para o Docker que o Bash será o processo principal do container, chamado de entrypoint. Caso o entrypoint seja finalizado, o container também é finalizado.

 

No nosso exemplo, vamos usar o primeiro comando para manter o container ativo. Agora, executar o comando docker ps para ver se o container criado com a imagem do Ubuntu 14.04 está ativo.

docker ps

 

Caso queira acessar novamente um container, basta usar o attach e o seu ID para acessá-lo. Lembre-se, como o número do ID é único, ele irá aparecer diferente no seu ambiente.

# docker attach 5c595a8d4237

 

Na versão 1.13 (hoje renomeada para 17.03) foi foram realizadas mudanças que trouxeram mais organização ao Docker. Esse mesmo “docker attach” pode ser feito através do “docker container attach”. Isso porque foi implementado um submenu para cada função. Abaixo, alguns comandos do submenu container:

  • attach (container ID): Acessa um container ativo;
  • commit: Cria uma imagem baseado no container ativo;
  • create: Cria um novo container, mas sem acessá-lo;
  • exec (container ID): Executa um comando no container sem acessá-lo;
  • inspect (container ID): Mostra todas as informações do container;
  • kill (container ID): Finaliza um ou mais container;
  • ls: Lista todos os containers;
  • pause (container ID): Pausa o container (sério?);
  • port (container ID): Lista as portas usadas no momento da criação do container. Será visto mais a frente;
  • prune: Finaliza todos os containers que não estão sendo usados.
  • rm (container ID): Remove um ou mais container;
  • start (container ID): Inicia um ou mais container;
  • stats (container ID): Mostra o status do container;
  • stop (container ID): Para um ou mais container;

Para ver a lista completa:

# docker container –help

 

No próximo post vou abordar o Dockerfile!

Ao som de: Emerson, Lake & Palmer – Tarkus